Organizações rechaçam campanha internacional contra Cuba

19/03/2010 00:34

Tudo indica que a campanha internacional promovida contra Cuba não ficará sem resposta. No início desta semana, a Associação Nacional de Cubanos Residentes no Brasil - José Martí (Ancreb-JM) e a Rede em Defesa da Humanidade divulgaram declarações contra os ataques à ilha caribenha e em resposta à resolução apresentada no dia 11 de março pelo Parlamento Europeu.

Os ataques a Cuba se intensificaram após a morte, no dia 23 de fevereiro, do preso Orlando Zapata, que estava em greve de fome há 85 dias. De acordo com declaração da Ancreb-JM, a campanha contra a ilha caribenha é promovida por importantes empresas de comunicação e que, por trás dela, estão os interesses dos Estados Unidos.

 

A Associação ressalta que - ao contrário do que está sendo divulgado - Zapata não era preso político, pois havia sido detido por delitos comuns, como roubo, furto, agressão com arma branca e alteração da ordem pública. No entanto, durante o cumprimento da condenação, foi sancionado diversas vezes por desordem na penitenciária.

 

"A situação de Zapata, durante sua prisão pelos motivos anteriormente mencionados, foi manipulada na prisão por interesses contrarrevolucionários a serviço dos Estados Unidos. É incrível que, apesar do informado pelas autoridades cubanas, os meios internacionais e brasileiros não o mencionem como um preso comum", afirma.

Para a Associação, Zapata acabou sendo transformado em "preso de consciência" por algumas empresas de comunicação para intensificar a campanha anticubana. "Estes meios de imprensa não condenaram os suicídios de vários presos que, durante anos, não foram processados judicialmente, que têm sido submetidos a torturas e alojados em condições sub-humanas na Base Naval de Guantánamo. Nem as torturas de Abu-Ghraib, nem os numerosos suicídios que se comentem em diferentes prisões européias, para só mencionar alguns casos", destaca.

A Rede em Defesa da Humanidade também se manifestou em defesa de Cuba e divulgou um comunicado em resposta à resolução apresentada pelo Parlamento Europeu sobre a ilha caribenha. "Compartilhamos a sensibilidade mostrada pelos parlamentares europeus acerca dos prisioneiros políticos. Como eles, pronunciamo-nos pela imediata e incondicional libertação de todos os presos políticos, em todos os países do mundo, incluindo os da União Europeia", afirma.

Assim como Ancreb-JM, a Rede também considera que a intromissão - e a manipulação - nos assuntos políticos internos de Cuba "coincide com as políticas contrainsurgentes que estão aplicando na América Latina para deter ou distorcer os processos de transformação emancipadora que estão em curso e se soma ao criminoso bloqueio que tem submetido o povo cubano, pelo simples feito de não aceitar imposições e defender seu direito a decidir seu destino com dignidade e independência".

No comunicado, a Rede destaca que a preocupação do Parlamento Europeu em relação ao respeito aos direitos humanos deve ser estendida ao mundo inteiro, e não somente a Cuba. O fim da ocupação de tropas estrangeiras no Haiti, o fechamento da prisão de Guantánamo e a entrega desse território a Cuba, a devolução das Ilhas Malvinas a Argentina, e o fim do bloqueio a Cuba são algumas ações listadas pela Rede que também deveriam ser pautadas pelo Parlamento Europeu.

"O acosso econômico e midiático a que Cuba está sendo submetida, mesmo antes da morte do preso comum Orlando Zapata, constitui um atentado contra os direitos humanos e políticos de um povo que decidiu fazer um caminho diferente. Exigimos respeito aos processos internos do povo cubano para definir e exercer sua democracia e com os princípios universais de não intervenção acordados pelas Nações Unidas", conclui.

Fonte: Adital