NOTA EM DEFESA DE CUBA

23/10/2009 11:44

O Grupo Parlamentar Brasil-Cuba denuncia a manobra da oposição ao Governo Lula que garante espaço na mídia nacional para uma blogueira cubana que ganha a vida "a falar mal" do governo de Cuba. A blogueira Yoani Sánchez ganhou destaque em revistas de circulação nacional e um convite da oposição no Senado para visitar o Brasil.

A manobra faz parte da campanha orquestrada pela oposição que, sem encontrar repercussão junto à população brasileira para criticar o governo do Presidente Lula, procura aliados nos países vizinhos.

Por isso, a decisão de apoiar os golpistas em Honduras, ou impedir a entrada da Venezuela no Mercosul, ou ainda convidar a tal blogueira a visitar o Brasil, na esperança de conseguir palco e plateia para disputar com o Governo do Presidente Lula os flashes e as manchetes que este recebe da mídia mundial por seu desempenho nacional e de política externa. O Governo Lula prioriza, em sua política exterior, a integração sul-americana e as relações sul-sul, além da criação de um mundo multipolar e o fim das ações imperialistas comandadas pelos Estados Unidos, principal algoz de Cuba.

Ao contrário do que diz a blogueira cubana, tentando minimizar os efeitos do bloqueio econômico, ele penaliza a população daquele país, mas apesar do criminoso bloqueio econômico, comercial e financeiro que há cinco décadas os governos dos Estados Unidos impõem à Cuba, o sistema de justiça social universal da Revolução Cubana tem mostrado significativos avanços socioeconômicos.

Setenta e dois por cento da população atual de Cuba – de 11 milhões de habitantes - nasceu com a Revolução Cubana, portanto tem vivido sob os brutais efeitos dos governos dos Estados Unidos. Essa população também tem crescido com acesso gratuito a saúde, educação, cultura e o esporte como um direito de todo o povo. Além disso, há garantias de emprego e um sistema de seguridade e assistência social que dá cobertura total à população.

Antes da revolução, Cuba vivia uma situação econômica de desastre com 30% de sua população desempregada, o que significava mais de um milhão e 200 mil cubanos em idade laboral sem posto de trabalho, incluídos nove mil professores, em uma população de uns seis milhões de habitantes.

Vinte e três por cento da população era analfabeta e a mortalidade infantil atingia 62,3 por cada mil nascidos vivos, com uma mortalidade materna de 18 por cada 100 mil partos. Pouco depois de janeiro de 1959, seis mil médicos, praticamente a metade, abandonaram o país.

Cinquenta anos depois, Cuba exibe índices invejáveis aos seus vizinhos da América Latina. A mortalidade infantil é de 5,3 por cada mil nascidos vivos; a expectativa de vida é de 77 anos. E não há analfabetos no país. O problema foi eliminado em 1961, após uma vigorosa campanha de alfabetização. Hoje o país possui 72.416 médicos, 1 para cada 155 habitantes e uma escola de formação de profissionais de saúde que é referência no mundo.

Estudo do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), publicado recentemente que analisa o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) registra que na América Latina, os países que obtiveram melhora posição na lista do IDH foram Chile (44o lugar), Argentina (49o), Uruguai (50o) e Cuba (51o). No ranking mundial do IDH, liderado pela Noruega, os maiores saltos de desenvolvimento humanos no último ano foram registrados pela Venezuela (58o) e o Brasil (75o).

Cuba tem compartilhado suas conquistas com outros países do mundo. Há mais de quatro décadas, jovens de várias nações têm se formado nas escolas de Cuba. Mais de 50 mil jovens de 130 países, dos quais cerca de 32 mil são africanos. Cerca de 51 mil colaboradores cubanos trabalham em 98 países para salvar vidas, prevenir doenças e contribuir para o desenvolvimento. Mais de 32 mil jovens de 118 Estados, principalmente dos países em desenvolvimento, estudam gratuitamente nas escolas de Cuba e 78% na especialidade de Medicina.

O programa cubano de alfabetização "Yo si puedo", se desenvolve atualmente em 15 países e desde janeiro passado já beneficiou mais de dois milhões de pessoas. Este programa recebeu prêmio internacional da UNESCO por sua eficiência e qualidade.

"A Operação Milagre", que consiste na realização de cirurgias de pessoas com deficiências visuais, principalmente cataratas, beneficiou cerca de 89 mil pacientes de 13 países, sendo 305.930 da Venezuela, 96.855 cubanos e 24 mil pacientes de 14 países da região do Caribe.

Essa é a realidade. Esses são os números que contestam as informações veiculadas recentemente na mídia nacional para tentar denegrir a imagem de Cuba e, por tabela, atingir o governo do Presidente Lula, com quem mantém relações de amizade.

O Grupo Parlamentar Brasil-Cuba, por meio de sua coordenadora, deputada Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), se solidariza com Cuba, país no qual vê a execução de um projeto político de inclusão e de eliminação das injustiças sociais.


Brasília, 08 de outubro de 2009.

Vanessa Grazziotin

Presidente do Grupo Parlamentar Brasil-Cuba