Ninguém pode subjugar Cuba

16/02/2018 22:16

«Cuba seguirá seu próprio caminho, ninguém poderá quebrá-lo, embora com isso sonhem sujeitos submissos e subservientes, como o atual secretário-geral da OEA, Luis Almagro».

Foi assim que o vice-ministro cubano dos Negócios Estrangeiros, Rogelio Sierra, expressou sua rejeição categórica sobre as recentes declarações de Almagro sobre o processo eleitoral cubano.

O representante dessa organização hemisférica «tentou descaracterizar o processo eleitoral que estamos vivendo, na tentativa de deslegitimá-lo, apoiando as campanhas da contrarrevolução cubana e seus aliados»", condenou o vice-chanceler cubano.

«O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA) — insistiu Serra — não tem credibilidade, não tem moral ou ética para julgar o que fazemos o governo e o povo de Cuba, comete um grande erro ao desconhecer e ignorar a decisão do povo cubano de ser soberano e independente».

O vice-ministro cubano das Relações Exteriores referiu-se a um recente pronunciamento de Almagro, durante uma cerimônia em Miami.

O tema central do discurso de Almagro teve um alto teor de ingerência, acerca do processo eleitoral em Cuba, do qual ele mostrou ampla ignorância.

Em seu discurso, afirmou que não se deve aceitar um sucessor do general-de-exército, Raúl Castro, que não seja «democraticamente eleito» pelo povo cubano.

Em suas propostas, Almagro ignora, de propósito, que a Ilha maior das Antilhas possui um sistema participativo que garantirá em todo caso que o presidente dos Conselhos de Estado e Ministros será eleito com o apoio da grande maioria dos cubanos. As eleições diretas não são a única alternativa de democracia e nem mesmo as mais eficientes, como bem conhece o ex-ministro das Relações Exteriores uruguaio.

Mas os objetivos de Almagro andam por um caminho diferente. Sua intervenção foi carregada de insultos contra o governo das Antilhas, que ele descreveu como «regime» e «ditadura», e considerou a Revolução cubana como um exemplo «perigoso». Opinião muito diferente à que se referiu, quando visitou nosso país na companhia do presidente Pepe Mujica.

Quando é que Almagro estava dizendo mentiras, antes ou agora?

A este respeito, o secretário-geral da OEA também se referiu a outro de seus «temas-estrela», a Venezuela e o governo de Nicolás Maduro, que são para ele «uma tentativa grosseira de replicar a experiência cubana».

Almagro está testando o terreno e buscando apoio para seus planos intervencionistas e contra governos progressistas, alguns meses antes da próxima Cúpula das Américas, que será realizada no Peru.

Ficou demonstrado, mais uma vez, que a OEA não luta por uma região mais unida e próspera, mas busca dividir e colocar contra cada uma das nações que a compõem, justamente o objetivo que Washington tinha em mente quando promoveu sua criação.

BOLÍVIA CONDENA A INGERÊNCIA IMPERIALISTA

Em outra visita intervencionista ao continente, o chefe do Comando Sul dos EUA, Kurt Tidd, realizou reuniões com o vice-presidente colombiano Oscar Naranjo.

Nesse sentido, o presidente boliviano Evo Morales rejeitou isso, considerando-o uma ameaça contra a paz da Venezuela.

«Qualquer ameaça militar imperialista contra a paz na irmã Venezuela e nossa região será frustrada pela dignidade, soberania e unidade dos nossos povos democráticos», disse Evo em sua conta no Twitter.