Nem porta-voz do Departamento de Estado dos EUA sabe quem votou pelo bloqueio

04/11/2009 19:28

HAVANA, Cuba, 31 out (ACN) - Nem mesmo Ian Kelly, porta-voz do Departamento de Estado, soube dizer ao certo quais foram os dois países que, além dos EUA, votaram em favor de manter o bloqueio norte-americano contra Cuba durante a última sessão da ONU. 

Isso ficou evidente durante uma coletiva de imprensa celebrada por esses dias na capital daquele país, em que o funcionário foi questionado por um jornalista, que mesmo sugerindo opções, não ouviu de Kelly a resposta certa.  

Acho que um deles foi Palau, respondeu Kelly. Eu acreditava que era a Micronésia— revidou o repórter. O fato é descrito pelo jornalista Jean-Guy Allard em seu artigo publicado no Granma Internacional.

Meio desorientado, Kelly desconversou e usou a única saída que tinha: a usual retórica anticubana. Para ele: “os Estados Unidos acreditam ter o direito soberano de manejar sua conduta econômica com Cuba, sua relação econômica com Cuba, conforme os interesses econômicos estadunidenses”.

Argumentou que, neste ano, os EUA exportaram US$717 milhões para Cuba... “as sanções fazem parte da política dos Estados Unidos em relação a Cuba...”.

O repórter interrompeu-o: “Mas o senhor não tem nenhuma opinião a respeito do fato de que o resto do mundo pensa que esta é uma péssima maneira de agir?”.

Kelly: Bom...

Repórter: Que o mundo inteiro, bom, à parte de Palau...

Kelly: Isto parece ser um exercício anual que...

Repórter: É um exercício anual para lhes dizer o que o mundo inteiro pensa...

Kelly (ainda mais chocado): Parece ser uma espécie de inércia da Segunda Guerra Mundial. A sugestão de que não estamos prestando ajuda a Cuba é falsa... Isto é, somos um dos mais importantes provedores de ajuda humanitária a Cuba.

Devemos esclarecer que, para Kelly, bem como para a administração norte-americana, a venda a Cuba de produtos agrícolas, bem paga e à vista é “ajuda humanitária”, diz Allard em seu escrito publicado, que termina analisando o discurso hipócrita dos norte-americanos que acusam Cuba de violar os direitos humanos, enquanto mantêm bases como a de Guantânamo, onde é sabido que foram praticadas torturas e milhões de seus compatriotas têm o céu como único teto. 

 

Agência Cubana de Notícias

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