Mais de 50% dos norte-americanos querem fim do bloqueio a Cuba

25/02/2014 02:32

Uma pesquisa divulgada na última terça-feira (11) pela empresa Atlantic Council revelou que 56% dos norte-americanos apoia a normalização das relações do país com Cuba. Recentemente, o ex-governador da Flórida, Charlie Crist, pediu o fim do embargo dos EUA contra a ilha e causou um mal estar com o governo estadunidense, que em seguida defendeu a política de bloqueio como uma “importante ferramenta” para instigar mudanças no país caribenho.


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Nos últimos 22 anos, a imensa maioria dos países membros da ONU tem votado a favor do fim da sanção, mas Washington segue ignorando a comunidade internacional de maneira categórica.

Nos últimos 22 anos, a imensa maioria dos países membros da ONU tem votado a favor do fim da sanção, mas Washington segue ignorando a comunidade internacional de maneira categórica.

O governo dos Estados Unidos defendeu nesta quarta-feira (12) a política de bloqueio comercial e econômico de Cuba como uma "importante ferramenta" para instigar a mudança na ilha, em resposta ao debate causado pelas declarações de Crist e após uma pesquisa divulgada sobre o tema.

"Achamos que o embargo proporciona um importante recurso para instigar mais mudanças positivas na ilha, portanto vemos sua contínua aplicação vinculada ao ritmo e à natureza dessas mudanças", disse à agência EFE uma porta-voz do Departamento de Estado, que pediu o anonimato.

Após 64 anos, o governo estadunidense segue acreditando que com a sanção pode “encorajar um entorno mais aberto na ilha e um maior respeito aos direitos humanos e as liberdades fundamentais", segundo disse o funcionário norte-americano. Ele parece ter esquecido que tal cerco é criminoso, uma vez que submete a população cubana à fome, doenças e outras carências.

De acordo com informações de Cuba, o bloqueio já provocou perdas superiores a 1 trilhão 157 bilhões 327 milhões de dólares. Os EUA criam obstáculos a Cuba, que tem dificuldades para comprar medicamentos, instrumentos e outros insumos do sistema de saúde pública. Em apenas um ano, o país caribenho teve de designar 39 milhões de dólares na aquisição desses produtos vitais para a vida de seus moradores em mercados longínquos ou através de intermediários.

Durante a 68ª Assembleia Geral da ONU, mais de 40 presidentes, primeiros-ministros e chanceleres dos cinco continentes pediram o fim do bloqueio classificado como “genocídio, ilegal e relíquia da guerra fria”. Nos últimos 22 anos, a imensa maioria dos países membros da ONU tem votado a favor do fim da sanção, mas Washington segue ignorando a comunidade internacional de maneira categórica.

O Congresso americano é o único que pode revogar o embargo, reforçado em 1996 com a Lei conhecida como Helms-Burton, mas o governo de Obama mantém que a eliminação dessa medida estará condicionada ao executivo cubano promover "mudanças" que, segundo sua opinião, ainda não aconteceram.

Théa Rodrigues, da redação do Vermelho,
Com informações da EFE