Líderes religiosos cubanos defendem liberdade dos Cinco

20/03/2012 18:43

Líderes religiosos somaram suas vozes às de outros setores da sociedade cubana que reclamam a liberdade e o regresso à ilha dos cinco antiterroristas sentenciados a severas penas nos Estados Unidos.


Assim como jovens, mulheres, camponeses, trabalhadores e intelectuais; representantes da diversidade religiosa existente em Cuba consideraram uma necessidade de por fim à situação de Gerardo Hernández, René González, Antonio Guerrero, Ramón Labañino e Fernando González.

Os Cinco – como são conhecidos internacionalmente – vigiavam grupos violentos que em Miami operam contra a ilha, até sua detenção em 1998 e posterior enceramento, baixo condenações de prisão perpétua mais vários anos de prisão.

"Quero que o governo dos Estados Unidos tenha misericórdia e ponha em liberdade esses rapazes, que a única coisa que fizeram foi defender seu país das ações horrorosas do terrorismo", assinalou em Havana o presidente da Liga Islâmica de Cuba, Pedro Lazo, nesta segunda-feira (19).

Em declarações à Prensa Latina, a propósito da participação dos religiosos cubanos na sociedade, seus desafios e preocupações, o líder muçulmano lamentou a separação de seus seres queridos que sofrem Gerardo, René, Antonio, Ramón e Fernando.

"A qualquer um causa muita dor ver como as esposas de alguns deles nem sequer podem visitá-los, quando se trata de um direito humano elementar", apontou.

Washington tem negado de forma reiterada às esposas de Gerardo e René o visto para entrar no país e reunirem-se com seus respectivos maridos.

Por sua vez, a diretora geral da organização budista-laica Soka Gakkai de Cuba, Joannet Delgado, qualificou de triste o caso dos antiterroristas, quatro deles ainda encarcerados, enquanto René cumpre três anos de "liberdade supervisionada" na nação do norte, decisão considerada por ativistas um castigo adicional.

"Não há nada mais triste do que desrespeitar a dignidade da vida, e isso fazem com Os Cinco, que humildemente tentavam impedir atos terroristas; e no entanto, tiram-lhes a liberdade e afastam-nos de suas famílias", opinou em uma conversa com a Prensa Latina.

Para Joannet, há uma clara intenção de destruí-los e de solapar sua vontade de resistir, o que estimou improvável, dado o respaldo a sua causa em Cuba e por muitas pessoas no mundo.

O moderador (presidente) da Igreja Presbiteriana Reformada em Cuba, Daniel Esquerdo, também defendeu o regresso de Gerardo, René, Antonio, Ramón e Fernando a seu país.

"É um problema de justiça, porque para além de opiniões políticas, o caso dos Cinco apela ao caráter humano", disse.

Os líderes religiosos coincidiram em destacar a importância de que os diversos componentes da sociedade atuem unidos no esforço por materializar suas aspirações e defender valores como o humanismo.

Fonte: Prensa Latina