Cuba saberá resistir à nova ofensiva do imperialismo

02/05/2010 19:35

Presenciamos com indignação uma nova ofensiva reacionária contra Cuba e seu governo revolucionário, liderada pelos Estados Unidos e tendo por principal veículo a mídia capitalista em todo o mundo. Como em outras ocasiões, o imperialismo ataca a ilha socialista a pretexto de defender a democracia e os direitos humanos.

Por Gilda Almeida*

É uma retórica falsa, que mascara os interesses reais de Washington e dos contrarrevolucionários cubanos. A verdade é que se trata de uma campanha subversiva para desestabilizar o governo presidido por Raúl Castro, restaurar o capitalismo e recolonizar o país.

Manipulação


Com estes propósitos, mal disfarçados pelo discurso trapaceiro, os porta-vozes do império manipulam grosseiramente os fatos, apresentando prisioneiros comuns como presos políticos, bombardeando a opinião pública com informações falsas ou distorcidas e promovendo um verdadeiro terrorismo midiático contra a revolução que comemora em 2010 seus 51 anos.

Os imperialistas não possuem autoridade moral para falar em democracia ou direitos humanos. O Estado norte-americano não deve ser julgado apenas pelo que faz em casa, onde de resto faz o jogo da oligarquia financeira e despreza os interesses do povo; é, em essência, um Estado imperialista que demonstra diariamente, por suas ações no exterior, um
caráter claramente antidemocrático e um ímpio desrespeito pelos direitos dos seres humanos e das nações.

Tortura

Foi em nome da democracia e dos direitos humanos que os Estados Unidos invadiram o Iraque e o Afeganistão. O real valor que o império atribuiu aos direitos humanos foi evidenciado pelas barbaridades cometidas nas prisões de Abu Ghraib no Iraque e da base naval de Guantânamo. A infame tortura praticada contra os prisioneiros políticos nesses dois locais, que nada ficam a dever aos campos de concentração nazistas, foi fartamente documentada e denunciada.

Nunca será demais lembrar que Washington esteve por trás de todos os golpes militares ocorridos na América Latina ao longo dos séculos XX e XXI, inclusive os dois últimos: na Venezuela, em abril de 2002, que felizmente foi rapidamente derrotado pelo povo em unidade com militares fiéis à revolução bolivariana e a Chaves, e em Honduras na manhã de 20 de junho de 2009. Os golpistas da América Latina aprenderam a infame arte da tortura com especialistas norte-americanos. E tudo isto foi feito em nome da democracia, a democracia do império. A verdade é que os interesses dos monopólios imperialistas não são compatíveis com a democracia e os direitos humanos.

Fonte de humanismo

A revolução cubana aboliu a tortura, que seus líderes abominam. Acabou com o analfabetismo, com o desemprego e a miséria. Universalizou a assistência pública e gratuita à saúde, à qual todo o povo tem acesso. A ilha é uma fonte de humanismo, que inspira admiração e respeito em todos os povos do mundo. Cuba exporta solidariedade, enviando seus abnegados médicos e professores a diversos países carentes.

A América Latina e o mundo estão mudando, vivemos novos fenômenos geopolíticos, é flagrante o declínio da hegemonia dos EUA nos planos econômico e político, assim como a promissora ascensão da China. Os imperialistas ficaram mais agressivos com a decadência e procuram contornar a decadência com o reforço do seu poderio militar. Reativaram a 4ª Frota de Intervenção, instalaram novas bases na Colômbia e dobraram a aposta na insana guerra imperialista contra o Afeganistão. A atual campanha contra Cuba e a intensificação das ameaças e pressões contra o Irã e a Coréia do Norte também compõem o mesmo cenário.

Solidariedade da CTB

Não nos deixemos arrastar pelo canto de seria do imperialismo. Temos absoluta consciência de que Cuba é atacada e agredida pelas suas virtudes, porque é rebelde, porque não se subordina às imposições do império, porque zela pela soberania e dignidade do seu povo, porque, afinal, a revolução socialista expropriou os expropriadores ianques. Submetida há cinco décadas ao odioso bloqueio econômico imposto pelos EUA, a ilha socialista resiste com heroísmo e saberá resistir vitoriosamente a esta nova ofensiva. Conta com o apoio e a solidariedade das forças progressistas e de todos os povos amantes da paz, da justiça e da liberdade.

Em nome da classe trabalhadora brasileira, a CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil) hipoteca total solidariedade ao povo e aos revolucionários cubanos. Reivindicamos o fim do odioso bloqueio econômico, a libertação dos cinco patriotas cubanos presos nos EUA, o fechamento do campo de concentração e da base naval de Guantânamo, que Obama prometeu e não cumpriu. Lutamos por uma nova ordem mundial, pelo fim do imperialismo, pela Paz Mundial, pelo socialismo.

*Secretária Adjunto de Finanças da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil)