Caso dos Cinco revela irracionalidade política dos EUA com Cuba

22/09/2010 01:30

O caso dos cinco antiterroristas cubanos prisioneiros nos Estados Unidos é expressão da política irracional da Casa Branca contra Cuba, que já dura mais de 50 anos. A opinião é de Alicia Jrapko, coordenadora do Comitê Internacional pela Liberdade dos Cinco em território estadunidense.

Ela fez estas declarações à Prensa Latina da Califórnia ao se completar 12 anos do encarceramento de Gerardo Hernández, Ramón Labañino, Antonio Guerrero, Fernando González e René González.


Jrapko ressaltou: "O que eles fizeram e ainda continuam fazendo em cinco prisões deste país tem sido guiado sempre pelos sentimentos humanos mais nobres".


“Apreciamos em todos estes anos”, observou, “a forma como se comportaram ante a adversidade, com a comunicação que têm mantido com amigos de todas partes do mundo”.


Enalteceu também “o tratamento que lhe dão e que recebem de outros presos, a forma em que lutam por sua própria liberdade e a de seus irmãos nesses cárceres onde se encontram”.


Alicia comentou igualmente a admiração que sente pelas famílias destes homens, “porque sei que se puseram à altura das circunstâncias e estão na vanguarda nesta batalha”.


Para Jrapko desde 2001, quando se fez pública a história de Gerardo, Ramón, Antonio, Fernando e René, até hoje “ocorreu um importante salto quantitativo e qualitativo no movimento de solidariedade”.


Considerou que “no princípio se desconhecia totalmente o caso, e éramos muito poucos os que começávamos a nos envolver nesta luta, mas agora há grupos em cada rincão da terra e cada um tem recorrido a ações sumamente originais em seus países e de acordo com suas possibilidades”.

Também considera “formoso apreciar como se conseguem coordenar jornadas internacionais como as que estão sucedendo nestes momentos, organizadas de uma maneira espontânea e observamos como se utiliza o logotipo que desenhou Gerardo em todos os continentes sem que ninguém se pergunte que símbolo usar”.


Ressaltou assim que este combate “nos deu a oportunidade de contatar pessoas maravilhosas, de diferentes idiomas, geografias, costumes; no entanto, estamos irmanados por uma causa comum e esse é um sentimento muito forte”.


Alicia conseguiu desenvolver uma amizade especial com Gerardo. “Sem dúvidas tê-lo conhecido pessoalmente aproximou-me bem mais desta causa”, afirmou.


“Em Gerardo vemos a dignidade, a certeza que lhe dá a verdade, a humildade, o desinteresse, o amor ao próximo, a entrega total, essas são algumas das qualidades desse homem novo de quem falava o Che”.


“Os Cinco representam exatamente esses valores e, portanto, devemos lutar por eles a cada dia com mais empenho, sem nos cansar jamais”, advertiu esta argentina incansável.


No entanto, enfatizou que “o que não mudou desde 2001 é o silêncio mediático das grandes corporações”, por isso sugeriu “que se deve recorrer a disseminar ações para divulgar o caso”.

“Há que se informar à maior quantidade possível de pessoas sobre as razões que trouxeram os Cinco a este país e a cumplicidade do governo dos Estados Unidos com os grupos de Miami que trouxeram luto a milhares de lares cubanos com seus crimes”.


Precisamente, quando Gerardo, Ramón, Antonio, Fernando e René foram detidos em 12 de setembro de 1998 cumpriam a missão de investigar, pondo em risco suas próprias vidas, as organizações terroristas de origem cubana assentadas no sul do estado da Flórida.


Alicia Jrapko se autodefine como “uma mais entre as milhares de pessoas honestas do planeta que crê na justiça, e que sonha que um mundo melhor não só é possível, senão que é sumamente necessário”.


Para ela, algo essencial é que “enquanto o movimento de solidariedade continuar crescendo novas portas serão abertas para dar a conhecer a verdade e dessa forma estaremos mais próximo do regresso dos Cinco a Cuba”.


Fonte: Prensa Latina