Campanha intensifica ações pela libertação dos Cinco Cubanos

11/09/2010 19:01

Fernando González, René González, Antonio Guerrero, Gerardo Hernández e Ramón Labañino. Esses são os nomes dos Cinco Cubanos presos nos Estados Unidos por razões políticas. Desde a prisão, circula a nível mundial uma Campanha pela Libertação deles.

Neste ano, a ação ganha força com uma Jornada Internacional pela Liberdade dos Cinco, marcada para começar no próximo domingo (12), dia em que os cubanos completarão 12 anos de encarceramento.


Para a Campanha, a prisão dos Cinco faz parte de "uma política anticubana que inclui o bloqueio econômico, o financiamento de grupos políticos com fins de desestabilização e a agressão constante em todos os espaços internacionais".


Isso porque, de acordo com o manifesto da Campanha, os cubanos encarcerados não cometeram nenhum tipo de delito e, portanto, estão presos por razões políticas, e não jurídicas.

Os Cinco foram presos no dia 12 de setembro de 1998 em Miami, na Flórida, acusados de transgredir as leis federais estadunidenses e espionar o país norte-americano.


A intenção dos cubanos era alertar Cuba sobre os atentados terroristas que eram planejados por exilados cubanos em Miami. Para a Campanha, o Estado norte-americano tem tolerado a existência de uma rede terrorista em Miami contra o povo cubano.


De acordo com ela, entre 1959 e 1997, lançaram-se, dos Estados Unidos, 5.780 ações terroristas contra Cuba. Entre 1959 e 2003, 61 aviões e barcos foram sequestrados. "Ademais, a agência estadunidense de espionagem, universalmente conhecida por sua sigla em inglês, CIA, dirigiu e apoiou 299 grupos paramilitares que são responsáveis por 549 assassinatos e por milhares de feridos", acrescenta.


A Campanha acredita que a maioria dos ataques foram preparados em Miami por grupos cubanos de extrema direita com o apoio da CIA. Do outro lado dos ataques, estão os Cubanos que foram ao país norte-americano com o intuito de verificar os planos terroristas e denunciá-los à ilha caribenha. No entanto, a tentativa resultou na prisão dos Cinco, encarcerados há 12 anos.


Além do encarceramento, os cubanos têm seus direitos violados. Alguns deles não podem receber visita das esposas e muitas vezes são obrigados a ficar em celas de isolamento máximo. Por conta disso, as organizações assinantes do manifesto pedem, mais uma vez, ao presidente estadunidense Barack Obama a libertação dos Cinco Cubanos.


As demandas serão reforçadas na Jornada Internacional pela Libertação dos Cinco. De acordo com o Comitê Internacional pela Liberdade dos Cinco Cubanos, a atividade começa no próximo domingo e se estenderá até o dia 8 de outubro, data da queda em combate de Che.


Durante esse período, as ações lembrarão outros episódios, como o assassinato do ex-chanceler chileno Orlando Letelier, morto em 21 de setembro de 1976 em Washington, e a explosão de um avião civil da Aviação Cubana em 6 de outubro de 1976, o qual ocasionou a morte de 73 pessoas.


Mais ações


Apesar da Jornada só começar no domingo, as atividades pela Libertação dos Cincos Cubanos já iniciaram em muitos países. Sexta-feira (10), por exemplo, foi lançado, na sede da União de Trabalhadores de Imprensa de Buenos Aires, o livro "Os heróis proibidos: a história não contada dos Cinco".


Neste sábado (11) e domingo, ocorre, em Buenos Aires, o Primeiro Encontro Internacional Regional pela Liberdade dos Cinco com a participação de representantes de Bolívia, Brasil, Chile, Uruguai e Paraguai.


No Peru, o Comitê Peruano de Solidariedade com os Cinco realizou uma manifestação em frente à Embaixada dos Estados Unidos na última quinta-feira (9).


Outra mobilização no país está prevista para acontecer sábado. Dessa vez, os manifestantes sairão em marcha da Plaza Dos de Mayo até o Parque Washington, em Lima.


A Embaixada de Cuba, na Bolívia, também enviou uma nota pedindo justiça para o caso dos cinco cubanos. Em nota expressou que "os Cinco são, além disso, vítimas do ódio e da vingança do governo dos Estados Unidos contra a revolução cubana. Em todo o processo ficou provada a natureza política do caso, o qual se inscreve na história de agressões dos EUA contra Cuba".


Em Miami, as organizações que integram a Aliança Martiniana, a Associação José Martí e o Círculo Bolivariano vão realizar um ato no dia 12, domingo. A ação vai pedir ao presidente estadunidense, Barack Obama, a liberdade imediata dos cinco detidos.


Fonte: Adital