Brigada de médicos brasileiros formados em Cuba deverá ir ao Haiti neste mês

09/04/2010 01:03

 

Karol Assunção * - Adital –

 

Quase três meses após o terremoto que devastou boa parte do Haiti, a população tenta, aos poucos, reerguer-se e reconstruir o país. Durante essa fase, a solidariedade e a ajuda são indispensáveis para a nação haitiana. É pensando nisso que médicos e médicas do Brasil formados em Cuba se preparam para participar de nova brigada que irá ao país caribenho.

De acordo com Janilson Lopes, coordenador da Associação Médica Nacional "Maíra Fachini" (AMN-MF), a intenção é que a nova brigada vá ao Haiti no final deste mês e permaneça no país "de três a seis meses". Segundo ele, a expectativa é que mais de 800 médicos latino-americanos graduados na Escola Latino-Americana de Medicina (Elam), em Cuba, participem do grupo.

Do Brasil, cerca de dez profissionais da medicina deverão ir ao país caribenho. Mas, segundo ele, a expectativa é que o número suba para 30 ou 40 "dependendo da negociação com os governos [cubano e brasileiro]" . Lopes explica que os profissionais trabalharão na implantação dos programas de saúde promovidos por Cuba no Haiti. De acordo com ele, os interessados em participar deverão procurar a embaixada cubana no Brasil ou a AMN-MF.

O trabalho de médicos formados em Cuba vem ganhando destaque no Haiti. De acordo com informações do blog de Lopes, mais de mil médicos de toda a América Latina formados na Elam já ajudaram o país caribenho nos últimos meses. Em fevereiro deste ano, ele e mais nove médicos brasileiros formados em Cuba participaram voluntariamente da brigada cubana no Haiti.

Lopes considera a experiência "muito boa" tanto do ponto de vista médico quanto humano. No entanto, revela que também passou por momentos de angústias. "Há um sentimento de impotência por não poder ajudar mais", afirma. O médico conta no blog que o grupo realizava atividades não só dentro do acampamento, mas também em comunidades, levando medicamentos e prestando serviços de assistência em lugares improvisados, como igrejas, escolas e creches.

De acordo com o coordenador da AMN-MF, a situação no país começa a mudar. Para ele, o momento de emergência já passou e, agora, passa por um processo de mudança. Fato que pode ser percebido até mesmo em relação às doenças. Durante a permanência no Haiti, Lopes percebeu que o país passava por um "momento de transição epidemiológica" .

O coordenador da AMN-MF revela que, enquanto os traumas físicos diminuíam, os danos psicológicos deixados pelo terremoto começavam a ficar mais evidentes. Além disso, a falta de higiene também começou a gerar o aumento de enfermidades, como doenças respiratórias, infecções e diarréias.

Os interessados em participar da brigada podem entrar em contato com o coordenador da AMN-MF através do e-mail: jenilsonemcuba@ hotmail.com

* Jornalista da Adital