Bisneto de Graham Bell é preso por “espionar” para Cuba

21/07/2010 00:00

A mídia internacional e algumas entidades estrangeiras, que pressionam Cuba por punir aqueles que cometeram espionagem a serviço do governo norte-americano, não se pronunciam quando a ocorre o mesmo nos Estados Unidos. Um ex-funcionário do Departamento de Estado, bisneto de Alexander Graham Bell, foi condenado, nessa sexta-feira à prisão perpétua sem possibilidade de condicional por “espionar” para Cuba. Não foram vistas críticas na imprensa.

A mulher de Kendall Myers recebeu uma sentença de 81 meses de prisão por ter ajudado o marido a “roubar” segredos norte-americanos.  O juiz distrital Judge Reggie Walton disse que Kendall e Gwendolyn Myers “traíram” os Estados Unidos por três décadas, e deveriam receber uma alta punição por suas atitudes.


Durante uma explicação de dez minutos ao juiz, Kendall Myers disse que roubou segredos sem a intenção de prejudicar os Estados Unidos e que seu objetivo era passar adiante informações sobre as políticas americanas para Cuba, um país que, segundo ele, teme os EUA por sua oposição ao governo cubano.


O juiz disse que ele estava “perplexo” com o fato de que Myers, de 73 anos, pudesse acreditar que não estava prejudicando os Estados Unidos, tendo em vista o nível de antagonismo entre os dois países.  “O povo cubano sente-se ameaçado” e “eles têm boas razões para sentirem-se ameaçados”, porque os Estados Unidos persegue uma política de mudança de regime para Cuba, explicou Myers.


“Parte de nossa motivação”, disse Myers sobre ele e sua mulher, era informar da maneira mais acurada possível o que ele pensava ser a política americana para Cuba, advertir o país e tentar analisar a natureza da ameaça.


Com agências