A batalha econômica, uma prioridade para Cuba

15/03/2019 01:20

Com a presença do primeiro secretário do Comitê Central do Partido Comunista, general-de-exército Raúl Castro Ruz, e o presidente dos Conselhos de Estado e Ministros, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, culminou na terça-feira, 12 de março, uma reunião de trabalho que durante dois dias reuniu na capital os primeiros secretários dos comitês provinciais e municipais do Partido, e os presidentes das assembleias provinciais e municipais do Poder Popular

COM a presença do primeiro secretário do Comitê Central do Partido Comunista, general-de-exército Raúl Castro Ruz, e o presidente dos Conselhos de Estado e Ministros, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, culminou na terça-feira, 12 de março, uma reunião de trabalho que durante dois dias reuniu na capital os primeiros secretários dos comitês provinciais e municipais do Partido, e os presidentes das assembleias provinciais e municipais do Poder Popular.

Como uma grande reunião, pelos temas de importância vital que foram discutidos, Raúl descreveu os dias desenvolvidos na Escola Superior do Partido Ñico López e no Palácio de Convenções, onde foram abordadas várias questões econômicas, políticas e ideológicas dos assuntos cubanos.

A sessão final — que contou com a participação da alta direção do país — incluiu uma análise do comportamento da safra de açúcar; a apresentação do estado da implementação das Diretrizes da Política Econômica e Social do Partido e da Revolução, bem como o andamento da execução do Plano da Economia em 2019.

Segundo o presidente do Grupo Empresarial da Azcuba, Julio García Pérez, até hoje, menos cana foi moída do que o planejado e o plano é cumprido em 82%.

Entre as causas desse descumprimento estavam avarias e interrupções na indústria, associadas, por exemplo, aos geradores e turbinas e às caldeiras, a chegada tardia de itens importados como peças e pneus, chuvas em algumas regiões do país e problemas de eficiência.

O executivo explicou que a partir de 28 de fevereiro houve um reescalonamento da safra açucareira, que incluiu a paralisação de algumas usinas ineficientes, reordenando o esquema de entrega da cana entre usinas e províncias para elevar a moenda e fortalecer os controles nas usinas.

A esse respeito, o presidente dos Conselhos de Estado e de Ministros ressaltou a importância para o país da produção de açúcar, por se tratar de um item exportável; contribuir para a alimentação animal; gerar fontes de emprego e constituir um elemento de identidade de assentamentos e comunidades em toda a Ilha.

«Por isso», disse, «devemos continuar defendendo a produção de cana-de-açúcar, na escala que considerarmos adequada, dependendo dos estudos do mercado internacional e de nossas demandas internas.

Díaz-Canel indicou que o trabalho deve ser feito em duas direções: uma voltada a melhorar os resultados no restante da campanha; e outra que tencione organizar a futura colheita, para a qual deve ser criado um grupo de trabalho que analise de forma abrangente os problemas e proponha soluções.

«Temos que crescer perante as dificuldades desta safra», disse, «aproveitar os meses de março e abril, atender melhor a força de trabalho e cumprir a reprogramação da moagem que planejamos, para melhorar a produtividade e aumentar a eficiência».

IMPLEMENTAÇÃO DAS DIRETRIZES

«Do 6º Congresso do Partido até o presente, um total de 205 políticas destinadas a atualizar o modelo econômico e social de nosso país foram aprovadas». Isto foi expresso pelo chefe da Comissão Permanente de Implementação e Desenvolvimento, Marino Murillo Jorge, oferecendo informações sobre as Diretrizes para a Política Econômica e Social do Partido e da Revolução.

Entre outras questões, referiu-se à melhoria do trabalho autônomo ou independente, aprovado em junho de 2017 e que, com base nos critérios da população, foi decidido, em dezembro de 2018, fazer um conjunto de modificações para torná-lo mais flexível.

Ele também explicou que em fevereiro deste ano foram aprovadas novas medidas para melhorar também a política de cooperativas não-agrícolas, cujas normas legais estão em processo de aprovação e buscam um relaxamento no funcionamento dessas formas de gestão.

Sobre o sistema empresarial do país, Murillo insistiu que é organizado em três níveis: as organizações superiores de direção empresarial (OSDEs), as empresas e as unidades de negócios de base (UEBs). E disse que outras medidas estão sendo estudadas atualmente, em curto e médio prazo, para continuar transformando e fortalecendo a empresa estatal.

Murillo Jorge fez uma recontagem de outras políticas que têm a ver, por exemplo, com a entrega de terras ociosas em usufruto e as dinâmicas demográficas.

Neste sentido, Diaz-Canel disse que a questão da implementação das Diretrizes será amplamente discutida com os deputados, na sessão da Assembleia Nacional do Poder Popular, prevista para o mês de abril.

PLANO DE ECONOMIA: ELEMENTO DE MOBILIZAÇÃO

O ministro da Economia e Planejamento, Alejandro Gil Fernández, comentou os principais aspectos que caracterizam o Plano da Economia de 2019.

Espera-se o crescimento de 20% nos investimentos este ano, o que é muito bom — garantiu — «porque significa que se está investindo no desenvolvimento, portanto é essencial fazer um esforço maior para cumpri-los. Além disso, temos que controlar esses investimentos, não apenas na execução do orçamento alocado a eles, mas pelos resultados obtidos.

Quanto às exportações, o ministro explicou que a atividade turística projeta um crescimento de 9,2% em relação a 2018, o que impacta diretamente em outros setores produtivos.

Também insistiu na necessidade de trabalhar para substituir importações, especialmente alimentos que podem ser produzidos no país.

Fernández destacou que o Plano Econômico de 2019 é flexível e permite incluir no decurso do mesmo tudo aquilo que gere exportações, produza renda ou substitua efetivamente as importações. Também favorece a ligação produtiva com o investimento estrangeiro e a indústria nacional, ao mesmo tempo em que aprimora os projetos de desenvolvimento local como outra forma de gerenciar recursos.

Particularmente sobre o comportamento do Plano no mês de janeiro explicou que importantes produções para a economia não foram cumpridas. Além disso, houve baixa presença, na rede de varejo, de produtos de alta demanda, como frango, farinha, óleo e ovos. No caso deste último comentou que ainda não foi estabilizada a produção, que permita restaurar a venda libre, embora tenha sido garantida a venda subsidiada nos comércios.

Em janeiro, segundo ele, mais de 1.200 veículos chegaram ao país, como parte dos investimentos previstos para 2018, incluindo 221 ônibus Yutong e 504 microônibus, dos quais 401 são destinados ao serviço de táxis em Havana. Da mesma forma, 290 novos conjuntos estão disponíveis para montar ônibus e veículos de carga.

Como prioridades para a projeção do Plano de Economia em 2020, destacou as atividades relacionadas à produção de alimentos; o programa habitacional; transporte e informatização.

Da mesma forma, o ministro insistiu que o cumprimento das receitas de exportação fosse assegurado; bem como o financiamento para a indústria nacional para aprimorá-la, que também será uma prioridade.

«O Plano tem que se tornar um elemento mobilizador» — disse — «não em uma camisa de força. Portanto, ressaltou que «isso tem que ser feito nas entidades, não a partir do Ministério da Economia e Planejamento, o que logicamente implica conhecer o verdadeiro potencial dos territórios e os recursos que as empresas realmente possuem».

«Temos talento suficiente, reservas na economia e compromisso para sustentar o crescimento que permite o desenvolvimento real e o cumprimento do que estava planejado para 2019».

Gil Fernandez disse, finalmente, que se trabalha na conclusão do Plano de Desenvolvimento até 2030, que foi dividido em três etapas e permitirá planejar a economia em curto, médio e longo prazos.

Fonte: Granma
https://pt.granma.cu/cuba/2019-03-13/a-batalha-economica-uma-prioridade-para-cuba