Raúl reconhece trabalho árduo feito no país após a passagem do furacão Irma

26/09/2017 23:39
Photo: Estudio Revolución

O presidente do Conselho de Defesa Nacional, general-de-exército Raúl Castro Ruz, liderou uma reunião com líderes do Partido, do Estado e o governo na quarta-feira, 13 de setembro, na qual foram avaliados os danos causados ​​pelo furacão Irma e as ações a serem desenvolvidas durante a fase de recuperação.

Raúl reconheceu o árduo trabalho desenvolvido em cada um dos lugares afetados pelo devastador evento meteorológico, que atingiu praticamente a Ilha toda. «Trabalhou-se muito, considerou, e se algum benefício pode ser obtido desta situação difícil é tirar imediatamente toda a experiência para prepararmo-nos melhor».

Advertiu sobre a atual temporada ciclônica, que se estende até 30 de novembro, que foi descrita como intensa, uma causa evidente das mudanças climáticas e para as quais devemos nos adaptar.

O general-de-exército convocou para continuar trabalhando sem descanso, enfrentar os problemas com serenidade e manter as pessoas informadas, por todas as formas possíveis, acerca da situação do país.

Na reunião informou-se que devido à trajetória deste furacão por várias províncias forçou-se a evacuar 1,7 milhão (1.738.000) de pessoas, 86% delas em casas de vizinhos e parentes. O chefe do Estado-Maior Nacional da Defesa Civil, general-de-divisão (r) Ramón Pardo Guerra, informou que mais de 26 mil pessoas ainda permanecem nos centros de evacuação.

Disse que o Gabinete Nacional de Informação e Estatísticas trabalha na avaliação dos danos, números que serão informados preliminarmente nos próximos dias.

O ministro da Energia e Mineração, Alfredo López Valdés, considerou que o impacto mais forte e mais difícil a ser resolvido no setor foi sofrido pela usina termoelétrica Antonio Guiteras, em Matanzas, cujo sistema de circulação da água, um elemento-chave no sistema de resfriamento, foi destruído pelas ondas.

Pessoal altamente especializado trabalha lá para compensar os danos e que a usina volte a entrar em operação nos próximos dias.

Além disso, 15 linhas de transmissão sofreram danos e mais de 3.600 postes e 2.039 quilômetros de linhas foram afetados. «O trabalho está sendo feito dia e noite para restaurar o serviço», disse o ministro. E comentou que esta foi a primeira vez que o sistema de energia deixou de operar em todo o país.

Cerca de 90 poços de petróleo, localizados na costa oeste e central do norte, também foram danificados pelas fortes ondas que causou o furacão.

López Valdés elogiou o trabalho das brigadas mistas que, por recomendação do general-de-exército foram criadas nos territórios afetados para os trabalhos de limpeza, poda, abertura de buracos e transporte de postes.

Finalmente, disse que os principais esforços para restaurar a energia elétrica serão concentrados nas províncias de Villa Clara e Ciego de Ávila, territórios com os efeitos mais complexos.

Enquanto isso, o Ministério da Construção junta-se ao trabalho de recuperação com mais de 20.400 construtores e 855 máquinas de engenharia, destinadas à coleta de detritos, reparação de vias, pontes e esgotos, bem como a reparação de habitações e dependências sociais.

René Mesa Villafaña, chefe do ramo, disse que os principais efeitos causados ​​pelo furacão estão concentrados na habitação, especialmente nos telhados. Mesmo quando os dados exatos do dano não estão disponíveis, já está sendo feito um trabalho para ajudar as vítimas, para as quais as fábricas respectivas já estão produzindo telhas de fibrocimento em plena capacidade. A este esforço vai se juntar, nos próximos dias, a fábrica de telhas de papel, asfalto e resina de Camagüey.

Enquanto isso, o dano mais grave à agricultura está concentrado na área da avicultura, já que dezenas de aviários destinados à produção de ovos perderam seus telhados. Julio A. García Pérez, vice-ministro da Agricultura, explicou que também foram afetadas a produção de alimentos para animais, as culturas de banana e milho, bem como árvores frutíferas.

O trabalho agora está se intensificando na reativação da campanha de várias culturas, para o qual, segundo ele, estão disponíveis sementes, fertilizantes e pesticidas.

Neste ponto, José Ramón Machado Ventura, vice-presidente dos Conselhos de Estado e Ministros, considerou que, apesar dos danos, a agricultura está em melhores condições do que em situações anteriores para se recuperar do golpe forte.

O ministro da Saúde Pública, Roberto Morales Ojeda, informou que o sistema de saúde manteve sua vitalidade durante a passagem do furacão e, até à data, não há surtos de doenças transmissíveis em centros de evacuação ou em qualquer território. Sobre os colaboradores que trabalham nos países do Caribe afetados pelo ciclone, disseram que estão bem e se juntaram à recuperação dessas ilhas.

Ele revelou que 516 unidades de saúde foram danificadas e se faz o trabalho adequado para restaurá-las no menor tempo possível. Acrescentou que agora a prioridade é direcionada ao saneamento ambiental e ao controle vetorial, para o qual temos todos os recursos.

Finalmente, quanto aos efeitos no turismo, o titular desse setor Manuel Marrero Cruz comentou que quando o furacão atingiu a Ilha havia mais de 51 mil turistas, dos quais cerca de 45 mil alojados na costa norte. Somente nas ilhotas de Santa Maria, Coco e Guillermo tiveram que ser evacuados cerca de dez mil clientes.

Afirmou que a infraestrutura danificada vai sendo restaurada, o que garante que estará pronta para a temporada alta, que começa na primeira metade de novembro.

No final da reunião, o presidente do Conselho de Defesa Nacional reiterou a necessidade de lidar com os problemas de forma inteligente, tendo em conta as melhores experiências, colocadas em prática diante de eventos semelhantes, especialmente em nível local. A este respeito, ele mencionou o trabalho desdobrado em Santiago de Cuba e Guantánamo, açoitados pelos furacões Sandy, em 2012 e Mathew, em 2016, respectivamente.

«Agora, o golpe foi muito forte e se espalhou pela maior parte do país, disse Raúl, mas com o trabalho duro que está sendo feito, mais uma vez, avançaremos».