Raul Castro reitera a disposição de Cuba de dialogar com os EUA em pé de igualdade

15/05/2009 20:19

HAVANA, Cuba, 17 abr (ACN) - “Cuba agradece pelas declarações de apoio à sua luta contra o bloqueio, emitidas pelos participantes da Cúpula Extraordinária da ALBA e reitera a disposição de dialogar com os Estados Unidos em igualdade de condições”, afirmou Raúl Castro, presidente cubano, durante o evento que se encerrou na cidade venezuelana de Cumaná.

Raúl Castro recordou que praticamente todo o planeta, à exceção dos Estados Unidos, seu aliado Israel e algum outro país, condena o bloqueio imposto há quase meio século.

Ao mesmo tempo, ratificou a disposição de discutir sobre qualquer tema com os Estados Unidos, mas em igualdade de condições e na base do respeito ao direito de autodeterminação do povo de Cuba.

Outro assunto que pode ser discutido, segundo Raúl, é o que se refere aos ‘presos políticos’.

“Se quiserem a liberdade dos presos, entre os quais se encontram terroristas confessos, que soltem os nossos cinco heróis, encarcerados por lutarem contra o terrorismo e defenderem o povo cubano, e nós enviaremos para lá esses chamados dissidentes e suas famílias”.

Por outro lado, o líder cubano criticou enfaticamente as ações da Organização dos Estados Americanos (OEA) contra a ilha e seu apoio à hostilidade e agressões dos Estados Unidos.

“A OEA transpira sangue desde sua própria criação. O caso de Cuba é um exemplo e há muitos mais”, expressou o presidente cubano, que recordou a invasão à Guatemala em 1954 em resposta a tentativa do presidente Jacobo Árbenz de distribuir terras entre indígenas e pessoas necessitadas.

Raúl recordou que, em 16 de abril de 1961, foram bombardeadas bases aéreas de Cuba, como parte de uma agressão militar organizada dentro dos próprios Estados Unidos, quando sequer se mencionara a palavra socialismo na Ilha.

Somente por ocasião do ato de despedida das vítimas dos bombardeios, Fidel Castro proclamou o socialismo e o povo em massa manifestou sua disposição de dar seu sangue e de enfrentar a agressão.

De acordo com Raúl, a invasão da Baía dos Porcos ou o episódio de Playa Girón tinham por objetivo estabelecer uma cabeça-de-praia para que depois a OEA reconhecesse um eventual governo fantoche instalado na Flórida e se concretizasse a invasão norte-americana.

Raul explicou que, naquela ocasião, aviões estadunidenses sobrevoaram a zona de combate, embora não participassem diretamente, e mantinham uma frota militar a três milhas da costa.

“Esse era, então, o motivo de ainda não terem expulsado Cuba da OEA: queriam reconhecer o governo fantoche que pediria ajuda à organização e as forças norte-americanas invadiriam nosso país”, afirmou Raul.

“No entanto”, continuou Raul, “em janeiro de 1962, os Estados Unidos romperam relações com Cuba e só dias depois a OEA expulsou-a, pois se planejava uma invasão norte-americana”.

“O que impediu essa invasão foram os mísseis soviéticos instalados em Cuba, como consta em documentos desclassificados pelo governo norte-americano”.

O presidente cubano reafirmou que seu país se recusa a reingressar na OEA, como já o dissera na Cúpula do Grupo do Rio, ocorrida em Sauípe, Brasil.

Agência Cubana de Notícias