O Departamento de Estado não tem evidências para falar de «ataques» contra diplomatas dos EUA em Cuba

13/01/2018 23:29

«O Departamento de Estado não tem nenhuma evidência que permita afirmar que houve ataques contra seus diplomatas em Havana, nem que Cuba possa ser responsável ou consciente das ações de terceiros», afirmou na terça-feira, 9 de janeiro, a diretora-geral para os Estados Unidos da chancelaria cubana, Josefina Vidal.

Durante uma entrevista coletiva na capital cubana, Vidal criticou fortemente o uso repetido da palavra «ataque» em uma audiência do subcomitê das Relações Exteriores do Senado, em Washington, sem fornecer provas para apoiar a ocorrência de tais eventos.

«Pelo contrário, meses de investigações exaustivas mostraram que não houve ataque», disse a diplomata cubana.

«Para o governo cubano, as declarações irresponsáveis ​​feitas pelo secretário adjunto para os Assuntos do Hemisfério Ocidental, do Departamento de Estado, Francisco Palmieri, são inaceitáveis», afirmou.

Palmieri, apesar de reconhecer que ainda havia «muito a saber», incluindo «quem ou o que estava por trás» dos supostos eventos, não se limitou na hora de usar o termo «ataques».

Um relatório do Bureau Federal de Investigações (FBI) — que ainda não é público, mas ao qual a agência AP teve acesso — garante que, depois de realizar vários testes no campo, não há evidências de que «ataques acústicos» tenham sido perpetrados contra diplomatas dos EUA em Havana.

As conclusões do FBI, que viajou em quatro ocasiões à Ilha maior das Antilhas para realizar exames no campo, coincidem com as do Comitê de Peritos criado em Cuba para investigar os incidentes e outros especialistas internacionais reconhecidos.

A audiência de terça-feira, 9, foi organizada pelo senador republicano da Flórida Marco Rubio e copresidida pelo senador democrata Robert (Bob) Menéndez, de Nova Jersey.

Josefina Vidal disse que ambos têm um «amplo histórico de trabalho contra a melhoria das relações entre Cuba e os Estados Unidos».

Eles também são promotores de «todos os tipos de propostas legislativas e políticas que afetam os interesses dos povos cubano e norte-americano e só beneficiam uma minoria cada vez mais isolada que, historicamente, se beneficiou da agressão contra Cuba».

«Sua total falta de escrúpulos e credibilidade é reconhecida», disse Vidal, lembrando que a única agenda política dos congressistas anticubanos tem sido «levar nossos dois países para um confronto, sem se preocupar com as consequências».

A diplomata cubana disse que a «grande vítima» da audiência da terça-feira, 9, foi a verdade.

Josefina Vidal também reiterou categoricamente que «o governo cubano não é responsável pelos efeitos sobre a saúde comunicados pelos diplomatas dos EUA»

«Cuba nunca perpetrou nem vai perpetrar, nem permitiu ou vai permitir que terceiros ajam contra a integridade física de qualquer diplomata, sem exceção».

Em outro momento rejeitou a politização desta questão e as «medidas injustificadas que o governo dos Estados Unidos adotou, com um alto custo para a nossa população, a emigração cubana e o povo norte-americano».

«Cuba é um país seguro, pacífico e saudável para os cubanos, para estrangeiros, para diplomatas credenciados e para milhões de pessoas que nos visitam todos os anos, incluindo os norte-americanos», concluiu.