Fidel é enterrado neste domingo junto ao libertador José Martí

22/12/2016 20:40

 

CubaDebate
A última cerimônia, no cemitério Santa Ifigênia, será fechada para familiares e amigosA última cerimônia, no cemitério Santa Ifigênia, será fechada para familiares e amigos

O anúncio da morte de Fidel, em 25 de novembro, silenciou Cuba. Seu corpo foi cremado na manhã do dia seguinte, e o enterro deste domingo encerra a série de atos fúnebres realizados em homenagem à memória de Fidel, como parte dos nove dias de luto decretados pelo governo cubano.

As primeiras homenagens começaram na segunda-feira (28/11), quando cubanas e cubanos da capital Havana esperaram mais de seis horas para assinar o livro com o compromisso com a Revolução Cubana e passaram pela sala fúnebre montada no Memorial José Martí, para um último adeus ao líder revolucionário.


Milhares de pessoas saíram à rua para se despedir do líder revolucionário 

No dia seguinte, em um grande ato que reuniu mais de 2 milhões de pessoas e chefes de governo de outros países, o povo de Cuba lotou a praça da Revolução, em frente ao memorial, para gritar as palavras que se espalharam por todo o país como um mantra: “Eu sou Fidel”. O ato se encerrou com um discurso do irmão de Fidel e atual presidente de Cuba, Raúl Castro.

Caravana da Liberdade

A partir da quarta-feira (30/11), um cortejo com as cinzas de Fidel percorreu o interior do país, numa repetição da Caravana da Liberdade, que marcou a vitória dos revolucionários que derrubaram o regime de Fulgêncio Batista, em 1959. Fazendo o percurso inverso ao da caravana, o cortejo passou por Mayaveque, Matanza, Santa Clara, Santo Espírito, Ciudad de Ávila, Camaguey, Las Tunas, Olguín e Bayamo até chegar a Santiago.

A última parada se deu em Santiago, neste sábado (03/12), onde à noite a praça Antonio Maceo foi tomada para um novo ato de massas com a presença de chefes de governo, representantes de países e personalidades, como o jogador argentino Diego Maradona e o vitorioso atleta cubano em salto em altura Javier Sotomayor. Os ex-presidentes brasileiros Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff estavam entre os que acompanharam o ato em homenagem a Fidel Castro.

O ato começou pontualmente às 19h (22h de Brasília), com a execução do hino nacional de Cuba, e se estendeu até as 20h30. A seguir, representantes de movimentos sociais e organizações de trabalhadores cubanos fizeram discursos relembrando a importância de Fidel para cada um dos movimentos.

Discursaram, pela ordem: Ulisses Nascimiento, presidente da Central dos Trabalhadores de Cuba; Rafael Poso, presidente da Associação Nacional dos Pequenos Agricultores; José Carrillo Gomes, presidente da Associação de Combatentes Cubanos; Carlos Rafael Martinez, Coordenador Nacional dos Comitês de Defesa da Revolução; Tereza Boué, secretária nacional das Federação das Mulheres de Cuba; Miguel Lanza, presidente da União Nacional de Escritores e Artistas de Cuba; Jennifer Martinez, presidenta da Federação de Estudantes Universitários; e, Susely Gonzales, primeira-secretária da União da Juventude Cubana.

 

 
Raúl Castro foi o último a falar. Em seu discurso, o presidente cubano lembrou que foi Fidel quem ensinou ao país que “sim, se pode”, remetendo a diversos momentos da história recente de Cuba em que o país enfrentou dificuldades. Após a fala do presidente, foi exibido um vídeo com imagens dos momentos mais significativos de Fidel, como o apoio dado a Nelson Mandela para debelar o apartheid na África do Sul ou as ações humanitárias na área da saúde.


 

Fonte: Opera Mundi