Denúncia enérgica de Cuba contra golpe de Estado em Honduras

01/07/2009 01:53

HAVANA, Cuba, 28 jun (ACN) - Cuba denunciou, na voz de seu chanceler Bruno Rodríguez, o brutal golpe de estado contra o presidente hondurenho Manuel Zelaya e exigiu o respeito à Constituição desse país.

 

Em coletiva de imprensa na sede do Ministério das Relações Exteriores, nesta capital, Rodríguez repudiou também a violação da imunidade diplomática pelos golpistas quando seqüestraram e golpearam a chanceler Patricia Roda e o embaixador da Ilha, Juan Carlos Hernández, na presença dos da Venezuela e Nicarágua.

 

Por telefone, Hernández detalhou como militares encapuzados, encabeçados por um major de sobrenome Oceguera, levaram-no, junto com Roda, para a base aérea de Tegucigalpa; no percurso foram submetidos a vexames, pois bateram neles, maltrataram-nos e os insultaram. Nessas condições, o diplomata cubano se negou a deixar sozinha a ministra das relações exteriores.

 

Horas depois, Hernández foi libertado e mãos amigas conduziram-no à Embaixada, onde o pessoal diplomático se mantém firme em suas posições, assim como os 480 compatriotas que trabalham nesse país - em sua maioria médicos e enfermeiros – que permanecem em seus postos de trabalho em lugares diversos do território hondurenho e protegidos pelo povo.

 

Em Honduras há um governo constitucional, legitimamente eleito, que reconhecemos, disse Rodríguez, que ainda se referiu à incerteza que reina em Tegucigalpa e outras regiões desse país pela violência desatada pelos golpistas contra o povo.

 

Rodríguez pediu à comunidade internacional, em particular aos governos da Aliança Bolivariana para os Povos de nossa América (ALBA), à Organização de Nações Unidas, ao Movimento de Países Não-Alinhados e ao Grupo do Rio, entre outros, condenarem o golpe de estado contra Zelaya.

 

Também reclamou dos partidos políticos, do Congresso hondurenho atuarem com apego à Constituição dessa nação e responsabilizou às Forças Armadas com o que possa acontecer à vida da chanceler Patricia Roda e da integridade da embaixada cubana e todo seu pessoal.

 

Solicitou também da mídia internacional que informe com objetividade sobre os momentos difíceis que vive Honduras.

 

Estou convencido que a verdade e a justiça abrirão caminho, disse finalmente o chanceler ao recordar que na América Latina tinham ficado para trás golpes de Estado como o realizado contra o presidente chileno Salvador Allende em 1973.

 

Agência Cubana de Notícias