Congressista prevê fim do bloqueio a Cuba até fim de 2010

16/05/2009 01:11

O Congresso dos Estados Unidos deve suspender o bloqueio a Cuba antes do final de 2010, previu, na última terça-feira, o influente parlamentar democrata Charles Rangel. A ideia começa a ganhar cada dia mais adeptos norte-americanos. Nesta quarta, a Câmara de Comércio dos Estados Unidos pediu ao Capitólio o fim do embargo à ilha, em razão das oportunidades que isso ofereceria aos dois países.

Charles Rangel - que há muito tempo critica a política em relação a Cuba e agora chefia a poderosa comissão responsável por políticas tributárias e comerciais dos EUA - disse a jornalistas ser "muito provável" que a atual legislatura, que vai até o final do ano que vem, suspenda as restrições comerciais em vigor há quase 50 anos.

Já o presidente da Câmara de Comércio, Tom Donohuer, defendeu que o fim do bloqueio ofereceria "oportunidades significativas" aos empresários, agricultores e trabalhadores americanos. Ele participou hoje de um ato, ao lado de Charles Rangel e de outros representantes, como Jeff Flake e Jerry Moram, que apoiaram uma política de comércio incondicional com a ilha.

Os participantes do ato fazem parte do comitê federal de ação política para promover uma mudança em relação a Cuba, que emperra no fato de os Estados Unidos estarem impondo condições à ilha.

O presidente cubano, Raúl Castro, já disse que está aberto a conversar com os norte-americanos, mas que as negociações devem respeitar a soberania dos países. Os EUA, contudo, insistem em atrelar a possibilidade de fim do bloqueio ao que eles chamam de "gestos" da ilha, "rumo à democracia".

"Pelo benefício dos dois países, é hora de virar essa página", advogou Tom Donohuer. A Câmara de Comércio defendeu, em comunicado, uma política mercantil que estabeleça "uma política estatal de benefício mútuo", e assegurou que uma atividade bilateral dinâmica "facilitaria a mudança rumo à democracia na ilha".

Os congressistas William Delahunt (democrata) e Jeff Flake (republicano) promovem um projeto para eliminar as restrições comerciais. Já Rangel defende há muito tempo um outro projeto para suspender o embargo, mas que não chegou a ser debatido na Câmara de Representantes.

Delahunt, contudo, afirmou que não espera que, antes de novembro, seja votado uma proposta que permitiria a cidadãos dos EUA viajar livremente a Cuba. "Estamos acumulando apoio. Temos 138 co-patrocinadores", disse o democrata, alertando que defensores do embargo estão "gastando enormes quantidades de dinheiro" para se opor à lei.

Com agências